That’s my farewell. I’ll be away in three weeks and I know exactly what I’m gonna miss in this beautiful country. Some of you might not know but Brazil is a free country since the Declaration of Independence from Portugal on September 7, 1822. In 1988 slavery was abolished. And even though Brazil it’s a democracy, we’ve been having a very short control of our lives. So now I realize that what I’ll most miss in Australia will be my freedom. To be free to decide to walk wherever I want and whenever I need without worrying what could happen. To be ok about leaving my door opened or my keys in my mailbox and do not think that would be a threat. To decide to park my bike somewhere on the street and go back home by bus because I’m too tired to ride. Or even to ride it at 4 o’clock in the morning because I have to. To not need to have a cage since I have free birds singing by my window and coming to ask for food on my balcony every afternoon. I’ll miss the freedom to choose if I want to quit my job and try a better opportunity as many times as I need in my life. To be able to decide how much I need. If I need money, I work more, I’m better rewarded. If I need spare time, to spend with my friends, with my husband, with myself, I’ll get less shifts and I’ll be happy too. To be able to choose how you’re gonna live your life is a gift. A gift I will always remember.
And what I really understand now is that doesn’t really matter where you go. The most amazing experience is to live abroad. Somewhere you don’t recognise as your safe place. To live a life that you wouldn’t have in your own country. I’ll tell you something, If you haven’t had the opportunity to know people from other countries. They also complain a lot. They complain about their government, they complain about security, employment, health insurance and everything that you are also used to complain about Brazil. So the promise that I make to myself now it’s to try to free myself in my own country. To enjoy to be there more than ever. Because with all its issues, it's the place where I belong to. And because no matter what, I’ll never be free enough in Australia holding a temporary visa. And honestly, I love Brazil, and I’m so confident that I’ll love my new life, and I’m gonna still complain a lot as like I fucking do here as well. Life is hard anywhere. Home is where your heart belongs to.
Mais uma etapa chega ao fim. Como tudo na vida, renovando-se em ciclos, hoje foi o último dia do meu amor na Australia e logo mais seu primeiro dia do recomeço de uma nova vida no Brasil. Eu fico por aqui, esperando a visita da minha mãe, da minha irmã e da minha tia Bete. Uma sensação estranha, que não é tristeza, hoje meu coração é só saudade... Saudade de tudo que já vivi aqui com o Tiago e que a partir de hoje é só lembrança. Mesmo ficando aqui mais três meses, minha 'vida australiana' perde um pouco do sentido sem a presença de quem eu escolhi pra estar do meu lado pro resto da vida...
Hoje aplico meu visto pra turista. Três meses. Meus últimos meses na terra dos cangurus e coalas. No país onde aprendi o valor do respeito, da boa educação, da honestidade. Onde reconheci que não importa o que você faça, você tem o seu valor e deve ser respeitado por isso. Aprendi mais ainda a amar o meu próprio país, a minha cultura, os meus valores e tradições. Nunca deixei de ser brasileira, nem por um momento. Amo a riqueza cultural do meu país, e - apesar de todos os problemas - o Brasil é a minha terra e é lá que eu pertenço. Espero muito estar tomando as decisões certas. Se é que elas existem. Como sempre, na situação de 'conflito interno', minha alma pede por mudança. E eu não quero nunca deixar de ouvir o meu sexto sentido, que diz que preciso sair da minha zona de conforto - novamente - pra evoluir. Não financeiramente, não em questão de status, mas como pessoa. Quero usar tudo o que eu aprendi nos últimos anos, deixar meu espíríto livre pra novas vibrações, novas aventuras, novos desafios. ´
Hoje, eu sinto, é só a primeira página do próximo capítulo das nossas vidas.
Hoje, sou só saudade.
"Mudaram as estações,
Nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu,
Tá tudo assim, tão diferente
Me lembro quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre, sem saber
Que o pra sempre, sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar
O que ficou
Quando penso em alguém, só penso em você
Aí então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Todo final de ano pede um balanço da vida. Repensar as escolhas, as decisões, os caminhos tomados. Nem sempre o que parecia certo, foi. Nem sempre o que parecia imperdível, era. Tempo de rever as atitudes e respirar ares de recomeço, ainda que alguns digam que é só mais um dia do ano.
As coisas por aqui mudaram um pouco desde a última vez. E, com isso, nossas escolhas também. Em termos de trabalho, as oportunidades ficaram um pouco secundárias por aqui, comparando-se às oportunidades que temos no Brasil. Antigos contatos, novas escolhas. Muita saudade. Tudo parece se encaixar na melhor hora. O verão em Sydney, também acaba. E o inverno é duro, rigoroso. Mas não quero pensar nisso agora. Quero aproveitar o tempinho que me resta aqui.
É tempo de viver os sonhos, expandir o ser.
Viver o conhecimento adquirido, compartilhar experiências, crescer.
É hora de sentir o novo - o inesperado - de novo.
É hora de partir mais uma vez pra busca incessante de ser feliz.
Ópera House e Harbour Bridge. Assim um mero observador descreveria o Circular Quay. Eu venho aqui pelo menos duas a três vezes por semana, desde que cheguei em Sydney. Trabalho no Museu de Arte Contemporânea, o famoso MCA. O Circular Quay, pra mim, é uma fonte de inspiração. Imagine um lugar repleto de pessoas do mundo inteiro. Turistas dos mais diferentes países, muitos asiáticos. Todos eles com suas hiper câmeras fotográficas perdidos na imensidão de informação desse lugar. Escuta-se o trem chegando e saindo da estação. As gaivotas e seus berros e sua busca incessante por comida. A buzina grave do ferry chegando no harbour. Os aborígenes, com típicas vestes, divulgam o tecno-indígena produzido por seus didgeridoos e fazem graça pra arrumar um trocado. Um senhor toca cowntry music em típico estilo outback australiano, sentado em uma caixa de leite, com sua gaita e violão. Um artista italiano pinta quadros gigantescos e pede trocados pra comprar mais giz pra desenvolver sua arte. Cada dia um entertenimento novo, um cantor, um malabarista, um dançarino. Um gigantesco navio de cruzeiro atrapalha a vista do harbour e reabastece o Quay com centenas de novos turistas ansiosos pra ver tudo isso todos os dias. É verão em Sydney. O Harbour brilha forte com o céu azul e as noites de lua cheia são espetaculares. A lua nasce bem atrás do Ópera House, trazendo um brilho diferente às movimentadas águas do Circular Quay. Não há como resumir esse lugar em duas palavras.
Depois de tanto já vivido por aqui, HOJE consigo olhar pra minha vida e finalmente me sentir satisfeita. A sensação que tenho é que agora - depois de dois anos e meio - estou vivendo tudo o que eu procurava quando eu decidi vir pra Austrália.
Há dois meses estamos morando praticamente em frente a praia de Coogee. Posicionei minha cama bem de frente à janela, assim todos os dias eu acordo olhando a cor do céu. A primavera já chegou por aqui e o clima durante o dia está maravilhoso. Sol, céu azul e brisa constante. Como eu geralmente trabalho durante a noite, eu consigo aproveitar o dia. Academia, praia, livro, suco de frutas, mergulho. Aí eu volto pra casa, tomo um banho reenergizada e vou pro trabalho. Até quando não dá tempo de fazer tudo isso, eu fico maravilhada com a energia da caminhada em direção ao ponto de ônibus. Acordar cedo também significa ver o céu mudar de cor no horizonte banhado ao azul do mar. Encantada.
Nossos novos flatmates são a Dani e o Fede, chilena e espanhol, dois queridíssimos super guerreiros, de bem com a vida, engraçados, alegres. E eu arranhando o espanhol, motivada a voltar a aprender a língua.
No trabalho, aos poucos estou pegando mais trabalhos como supervisora de eventos. Estou aprendendo, cheia de desafios, sonhos, planos... O que antes eu fazia sem precisar pensar muito, hoje consigo ver com outro olhar, estratégico, gerencial, empreendedor. Acredito que esse envolvimento maior tem feito inclusive eu me sentir bem satisfeita trabalhando com hospitalidade.
Com tanta coisa gostosa acontecendo, fica difícil pensar em voltar. Jogar tudo pro alto mais uma vez e recomeçar. Medo. De novo. Dessa vez, ok, admito, o ambiente é bem mais favorável. Família, amigos, networking, currículo, língua materna... Não dá pra comparar. Ao mesmo tempo, vou deixar toda a qualidade de vida gostosa que eu tenho aqui, a natureza maravilhosa que me cerca, a sensação de segurança, o transporte eficiente, o salário atrativo, o trabalho abundante e todos os meus novos e não menos importantes... AMIGOS. A gente tem nossa família daqui, sabe. Pessoas que eu sei mesmo que posso contar pro que der e vier, e que com certeza fazem esse capítulo da minha vida muito mais interessante.
Relembrando nossa vinda, há mais de dois anos atrás, eu me encaixo perfeitamente na mesma situação dos meses que antecederam nossa viagem à Sydney. Saudade antecipada.
Aline,
amiga de colegial, uma pessoa extremamente inteligente e líder na sala, todos
adoravam conversar, jogar truco e até combinar as baladinhas que ela adorava,
eu por sua vez era mais tranqüila (mesmo não parecendo, mas eu mudei... kkk),
adorava conversar e sempre companheira, gostava de ouvir ela falar, devido a
sua inteligência, sempre tinha sua opinião formada por tudo... e eu adorava
perguntar algo a ela, que prontamente estava me respondendo... me ensinava até
o inglês que eu odiava...kkkk (ironia do destino)... Formamos-nos e os anos se
passaram ela foi morar em SP e eu fui para Marília para fazer faculdade, porém
em todos estes anos distantes, falávamos sempre em nossos aniversários, pois
desde quando a conheço nunca deixamos de ligar uma para outra para desejarmos
muitas felicidades... mesmo longe, sempre estávamos perto pelo coração, uma
ligação intensa independente de onde estávamos...
Até
que um dia você me mandou uma mensagem no celular convidando para trabalhar em
SP no mesmo lugar que você, uma semana depois que comecei no novo trabalho,
conheci a Dani em uma visita a um provável apartamento, não sei como mas
provavelmente foi Deus que mandou as duas na minha vida, eu adorei a Dani no
momento em que a vi saindo do ambulatório do HC, toda despojada já veio falando
oi conversando muito comigo, parecia que me conhecia a anos, eu sei que um mês
depois estava morando em SP com você (Lica) e a Dani... foi a melhor coisa que
fiz na vida.... crescimento pessoal, aprendizado na convivência com pessoas que
mal conhecia, ganhei muitos amigos verdadeiros que hoje não consigo deixar de
conviver, mesmo você estando longe.... me sinto muito amiga... mesmo estando a
menos tempo na galera... Amo de mais e só tenho que agradecer o tempo que
moramos juntas, irmãs verdadeiras.. pois escolhemos.... através dos nossos
corações.
Até
que um dia você chega para nós e conta que irá embora do país com o Tiago, para
estudar e trabalhar... eu admirei sua coragem e decisão, e com certeza não
seria diferente, a Aline sempre decidida.... mas quando soubemos que seria
Austrália... Sydney... NOSSA QUE LONGEEEEEE... mas pra vocês o que importava
era a experiência, o conhecimento, as histórias... eu senti muito ORGULHO DE
VOCÊ... minha irmãzinha indo para longe, mas com certeza deixando sempre
maravilhosas recordações..... e NUNCA SAIRÁ DO CORAÇÃO...
Até
que o ano passado decidi ir visitá-la... nossa quantas vezes fiquei pesquisando
passagens pela internet e achando que eu não iria conseguir, o preço muito
alto, a distância, as minhas férias, quantas dúvidas, se eu iria conseguir...
até que decidida entrei em uma loja e comprei a passagem... parcelei em
milhares de vezes, mas coloquei um objetivo... EU VOU CONSEGUIR... mas depois
de comprar a passagem, pensei... “FUDEU” O MEU INGLÊS É PÉSSIMO.... a
preocupação era enorme, mas também não dava mais para desistir... não podia
desistir de tanta saudade da Lica... Tentei convencer várias vezes a Dani,
mandei fotos lindas de lá, mandei e-mails falando de como seria maravilhoso as
três juntas para relembrarmos os velhos tempos.... nossa foi intensa a lavagem
cerebral na Dani, mas convenci.... kkkkk
Até
que o grande dia chegou... malas prontas e o frio na barriga muito intenso....
cabeça a mil... “será que irão me parar na Polícia Federal da Austrália e se
eles dispararem a falar em inglês, eu estou frita, vou ser presa e não vou
conseguir chegar para ver a Lica”... mas pelo contrário a viagem foi ótima
(cansativa), mas maravilhosa, tudo foi perfeito, ninguém me perguntou nada, e
passei... UFAAAAA.... pensei “ agora se me pararem na volta estarei
tranqüila...”, peguei minha pequena mala, e saí para o desembarque, mas quando
eu pensei que tudo estava resolvido, pois as meninas “estariam” me
esperando.... sai e nada... cadê elas... meu coração a mil, o celular que não
funcionava, a internet que não conectava, e para piorar, não achava o numero do
celular da Lica... FIQUEI DESESPERADA... mas aí pensei, vou ficar no aeroporto
até elas aparecerem, sentei e fiquei pensando o quanto eu estaria ferrada se
continuasse muito tempo ali sozinha.. kkkkk... mas depois de 20 minutos (estes
minutos pareceram 2 dias esperando), as duas apareceram correndo pelo saguão do
aeroporto, gritando:
Nessa
hora meu coração ficou mais ainda acelerado e muito emocionadaaaaaaaaaaaaa....
até choreiiiiiiiiii... (Lica e Dani, pensaram que eu não iria contar do atraso
de vocês... kkkkk)... deste momento em diante tudo foi PERFEITOOOOOO, neste
mesmo dia fizemos tantas coisas... passeamos pela City, Ponte de Sydney, Opera
House, comer pizza de Canguru, caminhamos muitooooooooo ... que o dia parecia
ter 100 horas, foi maravilhoso vermos o pôr do sol juntas, sentadas na beira do
canal, conversando e matando a saudade que estava imensa, como foi maravilhoso
este dia...
A
emoção de estarmos juntas e relembrarmos os velhos tempos, com um grande
diferencial, sem nenhuma obrigação de trabalho ou mesmo preocupação... apenas
aproveitando e curtindo cada instanteeeeeee, foi perfeito.
Sydney
é uma cidade maravilhosa, praias lindas e mesmo a região central extremamente
organizada e limpa, as pessoas muitooooo educadas, pois o meu inglês era menos
zero, mas todos tinham uma paciência imensa quando eu estava sozinha e iria
pedir algo nos lugares...
As
pessoas belíssimas, porém extremamente bregas kkkk, eram muito engraçadas as
combinações de roupas, eu sempre comentava com as meninas...
Os
lugares em que conhecemos, foram de tirar o fôlego, as paisagens, as
construções, tudo era perfeito, porém o mais perfeito de tudo.. não foram os
lugares que conheci, e sim a grande companhia e a capacidade de amar que
podemos ter entre as pessoas, uma amizade que começou do nada e que hoje é
tudo, a companhia, as conversas foram importantíssimas, os momentos de
desabafos umas das outras, a conversa sobre as famílias, amores, a vida, os
objetivos futuros, nossas próximas conquistas, ou apenas um abraço de muitos
que demos entre nós nesta viagem, abraço de irmã mesmo, como se tivéssemos
crescidos juntas, de certa forma crescemos sim juntas, mas depois de grande, ou
seja, nosso amadurecimento, foram marcantes no período em que estivemos
juntas....
Nossa
Lica se pudéssemos parar o tempo em alguns momentos que tivemos as três
juntas... seria perfeito...
Mas
os passeios não pararam, cada vez mais conhecíamos lugares lindos e as
conversas entre nós eram intensas, assuntos que lembrávamos da época em que
morávamos juntas, atualizações de tudo que aconteceu em nossas vidas enquanto
estávamos longe, TUDO SEMPRE MUITO INTENSO... Poder passar o aniversário da
Lica junto dela, acordando a com um café da manhã na cama.... sempreeeee...
MARAVILHOSOOOOOO....
As
gafes que eu cometi com o inglês ruim... os lugares que conheci sozinha, o
tempo que fiquei comigo mesma, isto foi crescimento, e muita superação... jura
que eu não imaginava a capacidade que eu tinha, ou que qualquer pessoa possa
ter.... Nossa se eu fosse descrever tudo que aconteceu, juro daria um livro de
200 páginas... mas o que resume toda a viagem é “TUDO FOI PERFEITO, REGADA A
MUITA SUPERAÇÃO E CONHECIMENTO”.
Eu
sinto que esta viagem me mostrou várias coisas, como:
Todo mundo pode conseguir o que quer
Todo mundo pode se virar em qualquer lugar
do mundo (mas com cautela);
Todo mundo pode ficar sozinho em um país
diferente, para pensar ou até mesmo não pensar;
Todo mundo pode ser feliz, sozinho ou
acompanhado;
Todo mundo merece e precisa de grandes
amigos, aqueles que você pode contar e confiar independente do que for;
Todo mundo merece e pode ser feliz!
MAS
ISTO SÓ ACONTECE SE NÓS CORRERMOS ATRÁS DO QUE QUEREMOS, SEMPREEEEE.....
E
com certeza, esta viagem e nossa amizade ficará marcada na vida para
sempreeeeee.... isto eu posso afirmar com toda segurança..... Ameiiiiii...
Sei
que esta viagem foi extremamente emocionante e com toda certeza o meu amor só
aumentou depois desta convivência com vocês...
Aaaahhh a
Austrália! Amigas, natureza, irmãs, experiências, beleza, cerveja, sol, pizza
de canguru, risos, avião, energia, caminhada, corrida, calor, parque, chuva,
discussão, carnaval, trem, reflexão, feijão, fazer nada, frio, ansiedade,
balada, tim tam, repouso, vinho, risoto, barco, introspecção, energético, diversão,
riscos, sea food platter, conselhos, bike, pacto de amizade, saudades...
Não pretendo com
esse relato, fazer um “diário de bordo”. Não quero contar cada lugar visitado,
comida que experimentei ou pessoa que conheci. Isso eu deixo para minha
memória... Quero deixar registrado alguns momentos vividos, os mais marcantes
talvez... mas principalmente os sentimentos presentes, numa das viagens mais
inesquecíveis que já fiz.
Como explicar a
intensidade de sentimentos e dos momentos vividos? Talvez seja interessante
começar pelo fim: I GOT A TATTOO!
Porque eu resolvi começar pela última experiência vivida? Porque essa tattoo
sintetiza a intensidade da viagem na minha vida: experiências novas (eu nunca
tinha pensado em fazer uma tattoo antes!), sentimento de liberdade (três
pássaros), lembrança eterna de Sydney (é só olhar p ela...) e fundamentalmente:
PACTO DE AMIZADE - ou será de irmandade?- Então, melhor dizendo: WE GOT A TATTOO! Quantas coisas vividas
com as minhas duas irmãs!
Um turbilhão de emoções: desde a chegada
ao aeroporto, quando encontrei a Lica e todas as lágrimas de felicidade
resolveram entrar em cena, até o momento de ir embora - quando não quis falar tanto ou olhar para trás p/ não deixar
aquelas mesmas lágrimas entrarem em cena de novo...mas dessa vez em outro
papel: o da saudades! Emoções que passaram ainda por confidências de amigas; pela
visita ao zoo e encontro com o canguru e o seu filhote na bolsa (owwwnnnnn); pelo
primeiro scubadiving; pelo encontro com o nosso terceiro elemento no aeroporto
(que felicidade!); por um dia inteiro de andança e risadas finalizado com um
por do sol sensacional; pela visita a Blue Mountains (e montanhas Three Sisters
- feliz coincidência...); pelo repouso, olhando os dedinhos dos pés em praias
lindas...
Sydney é uma
cidade fantástica. Voltei impressionada com a beleza dos lugares, cores e
praias, mas confesso que o que mais me impressionou foi o respeito! Quanto
respeito naquele lugar! Respeito aos direitos e deveres, ao deficiente, às
diferenças, à natureza, à saúde e à vida.
Acho que a Lica não tem noção do quanto essa
viagem e nossa cumplicidade me fez bem. Estar com ela tão longe de casa, foi
incrível!! Quantos momentos, não é irmã? Foi demais poder dividir o bangalô de
vocês e ser recebida com tanto carinho. E aquela cama improvisada?
ACONCHEGANTE! E o risoto de fungi com vinho? DELICIOSO! E o papinho e vodka com
energético antes do bar e o Tiago enrolando para sairmos? DIVERTIDO! E a bike
emprestada pelo Ti? CONFIANÇA! (bike não se empresta...isso é p/ poucos!
Obrigada Ti irmãozinho) E a pedalada por “high hills” (rsrs) até o hospital?
ENGRAÇADA! E a pizza de canguru? AI QUE DÓ! (rsrsr)
Por falar
nela...A bike do Ti foi uma grande parceira! Que delícia poder andar de bike a
noite, deixa-la estacionada e caminhar pelo Circular Quay e chegar no Opera
House e voltar pedalando quase meia-noite. Inesquecível é poder pedalar uns 40
minutos até chegar no topo de uma longa rua íngreme e ter uma vista emocionante
(chorei!) e seguir pedalando até uma das praias mais bonitas de lá: Watsons Bay!
Não posso deixar
de citar Cairns! Viajei para Cairns sozinha, conheci gente de diferentes partes
desse mundo, mergulhei na maior barreira de corais, corri na chuva! Que bom que
vivi tudo isso! Como foi bom ficar comigo durante 3 dias!
Três semanas de
viagem que pareceram 6 semanas em termos de sentimentos e 1 semana em termos de
tempo (como voou!). Mas o momento mais esperado desde o início do planejamento
dessa viagem aconteceu somente na minha última semana: Dani, Lica e Ju na
Austrália! Quando eu vou viver isso de novo? Não sei! Mas foi esse o estopim
que me fez viajar p/ o outro lado do mundo.
E na terceira
semana a Jubs chegou chegando...com toda intensidade e energia que só a Juliana
sabe esbanjar!!! Impossível esquecer a cara dela no IMAX “a maior tela de
cinema 3D do mundo”... Não é Ju? E foram 5 dias de muitas emoções e curtição de
nós três e da “real” cidade!! E aquele pôr-do-sol que vimos juntas? Emocionante
e inesquecível!
A Lica e o Ti
nos deixaram entrar na vida deles, rotina e amigos. Quanta gente boa junta!! Amizades
novas: queridos e brasileiríssimos - simpáticos, alegres, intensos e simples!!!
Finalizo por
aqui e é claro, não posso deixar de agradecer! Agradeço a Aline - minha irmã de
alma - por tudo que viveu comigo e amor demonstrado. Mais uma marca na nossa
história, mais um capítulo do livro “amizade
e confiança” que começou “a long time ago...” Agradeço ao Ti - irmãozinho
desde a primeira viagem que fiz com esse casal p/ o RJ - por me deixar entrar
na vida australiana de vocês, por me mostrar o quanto vocês são corajosos e por
me lembrar como podemos ser simples e leve!! Agradeço a Ju - irmãzinha que a
vida me deu de presente - por ter me incentivado e “atormentado” até eu decidir
viajar, e por dividir tanta energia e alegria em Sydney! Essa viagem não teria
sido a mesma sem você! Agradeço a vida por ter me dado mais essa chance de VIVER, EXPERIMENTAR E CRESCER!
Lica e Ju, mais
uma história para contar para os nossos netos quando estivermos almoçando
juntas, com as nossas famílias, num almoço de domingo! Três pássaros, três
histórias e um único sentimento de amor!
Quando penso nessa viagem, é tanta coisa boa que me vem a mente, que meu coração se enche de alegria! Uma saudade muito gostosa de tudo o que foi vivido... PhiPhi, KohSamui, KoPhagnan, KohTao, Bali...
Antes de tudo, queria lembrar que, quando eu conheci o Ti, em uma das nossas infindáveis conversas sobre sonhos, ele me contou sobre uma praia que não saia de sua cabeça. Já tinha visto até pacote de viagem, e estava naquela ansiedade de juntar a grana pra conhecer a paradisíaca ilha de PhiPhi (se diz pipí), como mostra o filme "A Praia". Tempo vai tempo vem, acabamos usando a grana toda pra vir pra Australia e que surpresa, ao chegar aqui, descobrir que a Tailandia está para os australianos assim como o Nordeste está para os Paulistanos. Ou seja, todo mundo vai pra lá. Bom, bonito e barato. Tá bom. Na real é putaqueopariu maravilhoso, espetacular e muuuuuuuito barato!!
Mas, mesmo sendo barato, imagine, nenhum paulistano vai pro nordeste passar 40 dias não é?! Same same here. Então, o nosso final de ano foi muito, mas muito suado. Trabalhando 60 horas por semana, às vezes, sem folga por duas, três semanas.... Foram basicamente três meses de trabalho pesado que nos levaram pra uma das mais sensacionais aventuras de nossas vidas....
Australiano é tão, mas tão educado que tem cinco formas de agradecer: "thank you very much", "thank you", "thanks", "cheers", "tah". Sendo que, na maior parte das vezes, as cinco expressões aparecem no discurso uma em seguida da outra. "Please" e "sorry", são duas outras "palavrinhas mágicas" que você escuta demais, chega até incomodar. Alias, já percebi que falar "sorry" é mais educado do que "excuse me", pra pedir licença. Eles falam tanto "sorry" que às vezes você se pergunta o que foi que eles fizeram de errado pra pedir tanta desculpa. E quando você não entende algo que foi dito, nem pense em soltar um "what?!?" - típico dos brasileiros que adoram falar "quê?!?" ou "ãhn?!?". Educado mesmo é falar "pardón?", "sorry?", "excuse me?", "say it again, please". Para aceitar algo que alguém lhe oferece, nem pense em soltar um básico "yes". Já ouvi gente tomando um "yes..., please?" de volta. No restaurante, ninguém fala "I want..." ("eu quero..."). Eles perguntam "can I have...?" ("eu posso ter..."?). Chega a ser engraçado. Dá vontade de responder "pode, mas tem que pagar!". Vivendo e aprendendo. Os extremos, as diferenças, o que podemos aproveitar para sermos pessoas melhores e o que não queremos ser de jeito nenhum.
Saudade de dividir, compartilhar. Alegrias, preocupações, gargalhadas. Sentimentos, de todas as formas e cores. De tomar uma taça despreocupada de vinho e conversar até o sono bater. Rir. Chorar. Saudade da companhia, do interesse mútuo. Da bronca, do incentivo. Da resposta. Dias como hoje me fazem querer ter uma máquina de teletransporte que me leve direto para o colo dos meus amigos mais queridos. Silêncio.