27 de setembro de 2011

Super educados

Australiano é tão, mas tão educado que tem cinco formas de agradecer: "thank you very much", "thank you", "thanks", "cheers", "tah". Sendo que, na maior parte das vezes, as cinco expressões aparecem no discurso uma em seguida da outra.
"Please" e "sorry", são duas outras "palavrinhas mágicas" que você escuta demais, chega até incomodar. Alias, já percebi que falar "sorry" é mais educado do que "excuse me", pra pedir licença. Eles falam tanto "sorry" que às vezes você se pergunta o que foi que eles fizeram de errado pra pedir tanta desculpa.
E quando você não entende algo que foi dito, nem pense em soltar um "what?!?" - típico dos brasileiros que adoram falar "quê?!?" ou "ãhn?!?". Educado mesmo é falar "pardón?", "sorry?", "excuse me?", "say it again, please".
Para aceitar algo que alguém lhe oferece, nem pense em soltar um básico "yes". Já ouvi gente tomando um "yes..., please?" de volta.
No restaurante, ninguém fala "I want..." ("eu quero..."). Eles perguntam "can I have...?" ("eu posso ter..."?). Chega a ser engraçado. Dá vontade de responder "pode, mas tem que pagar!".
Vivendo e aprendendo. Os extremos, as diferenças, o que podemos aproveitar para sermos pessoas melhores e o que não queremos ser de jeito nenhum.



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14 de julho de 2011

solidão...

Saudade de dividir, compartilhar. Alegrias, preocupações, gargalhadas. Sentimentos, de todas as formas e cores. De tomar uma taça despreocupada de vinho e conversar até o sono bater. Rir. Chorar. Saudade da companhia, do interesse mútuo. Da bronca, do incentivo. Da resposta. Dias como hoje me fazem querer ter uma máquina de teletransporte que me leve direto para o colo dos meus amigos mais queridos. Silêncio.

Brasil

Nem preciso dizer que foi maravilhoso... Minha familia indo me buscar no aeroporto, centenas de historias contadas entre Guarulhos e Jundiai. Festa de aniversario, forrozinhos, muitos jantares e encontros. Comidinha de mae, de vo, de sogra. Abraco de amigo, de familia, milhoes de "que saudades" e "eu te amos". Um ano... Um ano se passou e, nessa visita, por diversas vezes, tive a sensacao de que tinha visto determinadas pessoas ha apenas alguns dias atras. Nao que tudo estivesse igual. Algumas coisas sim, outras nao. Definitivamente, as mudancas mais revolucionarias pra mim foram a Swamy e a Gabriella, minhas cunhadas, que estao gravidissimas; e a Isabella, que virou menino.
Ta certo. Teve gente que casou, teve filho, foi morar junto. Arrumou um emprego melhor, comecou a namorar, terminou o namoro. Foi pedida em casamento, passou no mestrado, comecou o doutorado. Mudou de casa, abriu um negocio. Entretanto, a essencia de cada um, a personalidade e as caracteristicas que fazem eu amar cada uma das pessoas que eu encontrei no Brasil, continuam as mesmas.
Minha mae continua me amando, meus avos continuam me mimando e o Seu Osmar continua tentando ficar rico. O Juninho continua na frente do video-game, a Isabella ainda tem as melhores tiradas e o Marcelo e a Swamy continuam sendo o meu orgulho. A tia Bete continua apaixonada. Minha sogra continua arrebentando no chocolate, a Roberta esta mais focada do que nunca e a Grazi continua doida pelo Tiago. A Dona Nena ainda guarda todas as tralhas do neto e o seu Mane ta la firme e forte, doido pra ir pra Marilia. A Deia, a Dani e a Ju continuam workaholics, cada vez mais independentes e com a panela destampada. A Nina continua apaixonada pelo Bruno e a Kerli continua aguentando as piadas do Peixe. A Minera continua sendo a pessoa mais otimista que eu ja conheci. Renezito continua falando muito, comendo devagar e pegando geral. Eh muito amor pra um so coracao! O Rabani continua ranzinza, o Ivan continua milionario jogando poker e o Gabis continua dando pulinhos de alegria a la suquinho Gummy. Dani e Stella ainda sao amigas da Marina, o Joao continua dando os foras mais engracados do mundo e o Peixe continua inteligente. A Kerli continua virando os olhinhos quando fica brava e a Ca Negretti continua linda como sempre. A Tati ainda eh cabeluda e a Van ainda pergunta "eh mesmo?" quando eu conto uma mentira engracada pra ela.
As ex-alunas continuam no HC, a professora Claudia continua na luta do reconhecimento da fonoaudiologia dentro do Hospital e a Dani continua no fogo cruzado. E eu, por minha vez, continuo tentando entender a essencia da vida. Ser ou nao ser, oh quantas questoes.
Resumindo a visita, foi muita felicidade, comi tudo que eu tava com vontade, tentei aproveitar muito ao lado de todas as pessoas que me fazem muita falta; dancei, chorei e sorri absurdamente. E valorizei e agradeci a Deus o fato de que o tempo e a distancia nao diminuiram em nada a proximidade que eu tenho com os meus melhores amigos e a minha familia. De uma certa forma, essa 'descoberta' me trouxe paz, tranquilidade. E me confortou o coracao.
Apesar de toda a expectativa, eu nao consegui a bolsa de estudos. Foi frustrante, muito frustrante. Arrumei mil outras saidas e duzentos outros sonhos pra sonhar. Sou pisciana, gracas a Deus.
Voltei pra Australia com a sensacao de que estava indo viajar.




11 de março de 2011

Saudade descontrolada

"O que eu vim fazer aqui?", penso eu. É bom ter um blog nessas horas. De volta aos tópicos antigos. Leio, releio, choro. Saudade, muita saudade. "O que faz você feliz?", era minha constante pergunta. Ainda penso nela. Tem muitas coisas que me fazem feliz. Tiago, sem dúvida, é uma delas. E estar com ele aqui é uma benção. Mas tem outra coisa que me faz muito feliz. São meus amigos. E sinto muita falta deles. Muita mesma.
O Natal e o Reveillon deixaram meu coração em pedaços. No carnaval, apago os emails sem ler. Vontade de estar no Brasil. Meu aniversário chegando então, nem me fale. Não sei se o inferno astral piorou a situação, mas acho que passei uns quatro meses seguidos chorando de saudades.
Em um dia de um choro incontrolável, o Tiago, sem saber o que fazer, pediu a Deus pra me ajudar. E foi aí que, com o coração aberto me disse que eu ia para o Brasil. "Preciso de você inteira. Vai fazer bem pra você, pra mim, pra nós". Soluçando, o choro começou a passar.
Com tantas coisas pra se preocupar, muitas vezes não nos damos conta da nossa própria sorte. Seja na profissão, na amizade, na família, no amor... O que o destino preparou de bom pra você? 
O destino me deu de presente um companheiro. Que fica bravo comigo, mas me entende. Que consegue se colocar no meu lugar e sair de cena pra dar espaço necessário pra eu respirar e continuar vivendo. E assim, continuar vivendo também. Esse tipo de atitude devia servir de exemplo pra muita gente. Gente que se acha dono do outro e acaba assim por perder sua liberdade também. Gente que pensa só em si mesmo, e assume o ciúme como desculpa para seu egoísmo. Ciúme? Eu também tenho, quem não tem? Mas também tenho admiração, respeito e confiança por quem eu casei. Pra mim isso basta.
Tô muito feliz. Minha saudade de casa tem data pra se controlar. Dia 24/05. Parei de chorar.



"De uma coisa podemos ter certeza:
de nada adianta querer apressar as coisas;
tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto.
Mas a natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo e aí acontecem os atropelos do destino,
aquela situação que você mesmo provoca
por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo.
Mas alguém poderia dizer: Qual é esse tempo certo?
Bom, basta observar os sinais.
Quando alguma coisa está para acontecer 
ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano
enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo,
um texto lido, uma observação qualquer.
Mas, com certeza, o sincronismo se encarregará
de colocar você no lugar certo, na hora certa,
no momento certo, diante da situação ou da pessoa certa.
Basta você acreditar que nada acontece por acaso.
Talvez seja por isso que você esteja agora lendo estas linhas.
Tente observar melhor o que está a sua volta.
Com certeza alguns desses sinais já estão por perto
e você nem os notou ainda.
Lembre-se, que o universo sempre conspira a seu favor
quando você possui um objetivo claro
e uma disponibilidade de crescimento.

Paulo Coelho

1 de fevereiro de 2011

Are you ready to order?

O ano começou bem, logo que voltei de férias já tinha dois empregos e os planejamentos pra ir pra Tailândia estavam a todo vapor. Entrava as 7 da manhã no Cafe Bertoni e as 15h saía pra entrar as 17h no Boteco. Então eu ia direto até umas 22, 23h. Tenso. No começo, era tudo alegria, quando você vê a grana entrando, dá o maior ânimo. Mas aí, o cansaço começa a incomodar. Stress. Rotina. Milhões de pensamentos vêm à tona.
Em duas semanas de Cafe eu já conhecia grande parte dos clientes pelo nome, sabia o café que eles tomavam e o que eles iam pedir de café da manhã. Rotina sem vergonha. Eu honestamente acho que quem come e bebe todos os dias a mesma coisa só pode ser xarope. Mas enfim, "Tailândia", pensava eu.
Até que um dia o dono do Cafe, que ia lá uma vez por semana e olhe lá, veio me dar uma bronca sem sentido. Falou que eu parecia desinteressada e ainda finalizou com um "você precisa sorrir mais". Olha gente, eu confesso. Sou desastrada. Já quebrei mais de cem copos desde que cheguei aqui. Já derrubei vinho na mesa, comida do prato. Já virei drink daquela desgraça de copo de martini, já troquei comida de mesa. Mas se tem uma coisa que me faz ser uma boa garçonete é o meu sorriso. É tiro e queda. E não é sorriso falso não. Me sinto bem trabalhando. É um ambiente descontraído, tá todo mundo ali pra se divertir. Inclusive eu. Tiro onda, faço piada, racho de rir até quando não entendo uma palavra do maldito sotaque australiano. Pegou pesado. Pedi as contas na mesma hora. Sensação indescritível de liberdade. Sempre quis apertar o botão do foda-se assim. Sem me preocupar no que vai dar. Mais uma experiência que eu provavelmente não teria tido no Brasil.
Tá bom. Tailândia vai ficar um pouco mais pra frente. Sem problemas. Enquanto isso, consegui o 7 no IELTS, mandei traduzir meus diplomas e apliquei para uma bolsa de estudos na Macquaire University. Master of Education in Information and Communication Technology. Vamos ver no que vai dar.

"Are you ready to order?"

30 de janeiro de 2011

Road Trip

A tao esperada viagem estava marcada para o dia 04/01. Alugamos um carro, mais precisamente uma stationwagon. Nesse carro, quando dobrado o banco traseiro, eh possivel dormir duas pessoas. Como nao encontramos mais ninguem pra fazer a trip com a gente, era mais do que suficiente.
Depois de um vai e vem danado na agencia de locacao do carro e uma atendente pra la de mau-humorada, conseguimos pegar o bendito no final da tarde. Veeeelhinho, tadinho, todo destruido... Achamos que a atendente sem-vergonha deu uma prejudicada na escolha. Mas beleza, uhuuuul, estamos de ferias!!!
Bom, o detalhe mais importante de toda a viagem eh que EU estava incumbida de dirigir: um carro enorme, automatico e na mao inglesa. Essa sem duvida foi pra mim a maior aventura. O Tiago entao, nem se fale. Tadinho, suava frio do meu lado... rsrsrs


Assim que saimos da agencia partimos pra pegar a prancha que o Ti comprou pra se aventurar no mares da Australia. Nesse meio tempo, estava ficando tarde, eu estava com uma febrinha que comecava a voltar e a atendente, sem brincadeira, tirou a gente do serio. Foi entao que decidimos sair no dia 05 cedinho, tranquilos e felizes. Bom, foi o que aconteceu. Pegamos a estrada la pelas 10 da manha, foi uma delicia passar dirigindo pela Harbour Bridge e ir em direcao a costa norte de New South Wales.

Ai vamos nos!!

A primeira parada foi em Port Macquaire, 384 km de Sydney. A viagem foi tranquila, tirando minha inexperiencia, a estrada eh muito boa ate la. Achamos um camping perfeito, praticamente na praia, uma graca! Arrumamos nossa "caminha" dentro do carro, montamos a barraca capenga que veio junto com o carro para colocar o tanto de coisa que trouxemos e, finalmente relaxamos... A febre estava teimando em voltar. Mas misteriosamente sumiu daquela noite em diante depois que eu e o Ti acabamos com uma garrafa de Red Label.
O dia seguinte amanheceu nublado e cinza. Quando se dorme no carro, acordar cedo chega a ser um dadiva por causa do calor e da dor nas costas. Nesse dia, encontramos com o Carlos, que trabalha com a gente em Sydney e acabamos passando mais uma noite em Port Macquaire.

Praia principal de Port Macquarie.
O camping que ficamos eh logo mais a esquerda.

No dia seguinte, rumo a Coffs Harbour. Saindo de Port, eeentretaaaanto, tem um cruzamento meio duvidoso pra quem sempre dirigiu do lado contrario. Ok, ta certo, viajei, nao olhei pro lado e TUM!!! Putz, bati em outro carro que tentava entrar na rodovia em que eu estava... Na mesma hora a policia, que passava por perto, ja encostou, parou o transito e me ajudou a retornar pra conversar com os coitados. Um dos policiais me perguntou o que aconteceu. Quando eu falei "eu nao vi o carro vindo", ele me solta tipo um "ta na cara que a culpa foi sua ne?". Ta, seu guarda. Nao tem nem o que discutir. Bom, a batida foi pequena, ninguem se machucou, todo mundo tinha seguro e a policia nao se envolveu, ja que todo mundo chegou num acordo. Bom, depois disso, nem preciso falar que o Tiago suava mais do que nunca do meu lado, ne? Haaaaja oracao! kkkk


Ate agora nao sei de onde a mina saiu!

Depois do "incidente", com a atencao redobrada, resolvemos ir direto para Byron Bay. O dia estava bom, sem chuva pelo menos. Chegamos em Byron de tardezinha, a cidade lotada e o melhor camping, claro, sem vagas. Acabamos parando num camping proximo da cidade. Assim que armamos o acampamento, quem veio? A chuva. Essa viajou com a gente... Por fim, decidimos pegar um chalezinho. Ah! Acampar eh legal, mas ter conforto eh mais legal ainda neh? Um chalezinho simples, mas delicioso. A sensacao de ter uma cama depois de dormir alguns dias no carro eh indescritivel!

Cabine em Byron Bay

Enfim, Byron Bay. Lembra um pouco Floripa: lugar paradisiaco, lotado de turistas, transito, comercio de artesanatos e cheio de baladinhas legais. Gostariamos de ter aproveitado mais, mas Sao Pedro nao ajudou muito. Ficamos por la tres dias, curtindo o sossego e a delicia de estarmos juntos.


Byron Bay

O plano inicial era subir ate Gold Coast, mas sem uma previsao iminente de melhora do tempo, decidimos comecar a viagem de volta. A chuva nao deu tregua durante a viagem, mas sem contratempos chegamos em Coffs Harbour. Uma cidadezinha tranquila, com algumas famosas atracoes turisticas... O Big Banana e o Pet Porpoise Pool. Nao fomos em nenhum dos dois. Ai que saco de chuva... Ainda nao conseguimos vaga no camping e resolvemos voltar um pouco, ate Woolgoolga, onde conseguimos vaga num camping pe na areia, vista maravilhosa (do ceu nublado e cinzento).

Breve pit stop

Um detalhe sobre os campings da Australia eh que eles geralmente tem uma infra-estrutura e higiene impecaveis. Trailers e campervans sao muito comuns e o mais legal eh ver as familias que trazem a casa inteira pro camping, com geladeira e tudo mais!!! Nunca tinha visto algo parecido. E, eh claro, a criancada nao tava nem ai pra chuva.
Ficamos so uma noite desta vez e, como a previsao do tempo indicava sol para a quinta feira, decidimos tentar chegar o mais perto possivel de Sydney para poder aproveitar os quatro ultimos dias de sol. Assim, fomos em direcao a Port Stephens, em um camping que estivemos em dezembro com alguns amigos. Port Stephens eh uma regiao cercada de baias, famosas pelas riquezas naturais. 
Chegamos no Melaleuca Camping, em One Mile Beach na quarta a noite e - como prometido pela previsao do tempo - o sol reinou de quinta a domingo. Era  disso que eu tava falando minha gente!

Shoal`s Bay

Como estavamos de carro, aproveitamos para conhecer as outras praias de Port Stephens tambem. Birubi Beach, fantastica, eh uma das portas de entrada para Stockton Sand Dunes, 32 km de dunas ate Newcastle - considerada a maior faixa de areia movel do Hemisferio Sul.

O infinito caminho de areia ate Newcastle

No final de semana, fomos buscar o Bruno e o Beto na estacao de trem de Newcastle, primeira vez que peguei estrada a noite. O mais tenso nem eh a escuridao, eh o perigo de atropelar os cangurus e koalas na estrada, visto que a regiao eh cheia deles...

Visitinha noturna da Josie, moradora do camping

O fim de semana foi sensacional, dias perfeitos, como deveriam ser em todas as ferias (afinal, merecemos, nao eh mesmo?!?). O camping eh tranquilo demais, pertinho da praia. Depois que o Brunao chegou, comecamos a ir na praia de Birubi, pois a areia eh bem batida e muito facil dele se locomover. Ainda com a mamata dos salva vidas levarem de buggy ate o nosso carro pelo meio da areia fofa.

Facilitando a vida da galera

No domingo, fomos embora la pelas 16 horas, quatro pessoas no carro desta vez. Depois de 15 dias dormindo no carro e na barraca, ja nao via a hora de chegar em casa. Mas... chegando em Sydney, por uma via expressa, o carro morreu. Ai ai ai... ja mencionei o fato que nunca mais alugo um carro por aqui?!? rs


Fala serio zica!!!

Enfim, depois de ser guinchada e receber assistencia do seguro, descobriu-se que o marcador da gasolina estava quebrado. Bom, enche o tanque entao e bora pra casa!!!
Home Sweet Home...

1 de janeiro de 2011

Final de 2010

O fim do ano vivendo em Sydney passou voando. O motivo do tempo que aparenta ter menos do que 24 horas ao dia eh sempre o mesmo... trabalho, trabalho, trabalho. Caramba, mas nao foi pra viver a vida que eu vim parar na Australia? - eu me pergunto. Mais um ensinamento de vida, penso eu. Voce pode mudar de cidade, de estado, de pais. Voce pode mudar de profissao, de namorado, de ciclo de amizades. Mas nada e ninguem muda o que voce eh. Nada eh capaz de mudar a tua essencia, os teus valores, a tua personalidade. Gracas a Deus a gente amadurece, aprende com os erros, muda de atitude pra ser uma pessoa melhor. O que acontece eh que, quando a gente menos espera, o nosso bom, velho e verdadeiro EU esta la, pronto para agir.
No fim do ano passado, eu ainda estava trabalhando no bar Boteco. Com a chegada do verao, e ainda melhor, das minhas ferias da escola, finalmente "ir para praia"!!! Eu comecei bem, indo correr e andar de bike no Centennial Park ou indo de bike pra Coogee ou Bondi beach, 30 minutos daqui de casa... Como eu so comecava a trabalhar as 5pm, podia aproveitar o dia inteiro.
Mas ai, como eu disse, meu nome eh Aline Padovani. Nao consigo ficar esperando ver a vida passar calma e tranquila. Comeca a dar o "siricutico". Afinal, estou de ferias, podia estar trabalhando mais e ganhando mais dinheiro.
Voltei a fazer babysitter de quinta de manha. Acordava 5:30am,  e com a bike, 7:45am la estava eu em Bondi, pra cuidar dos pequerruchos na ida deles pra natacao. Uns fofos. Ia mais por eles do que pelo dinheiro, acho eu, ja que nao fazia tantas horas assim.
Com o fim do ano e as festas chegando, os eventos tambem comecaram a bombar na Culinary Edge e o Tiago comecou a trabalhar umas 180 horas por semana (ainda que a semana so tenha 168). Saiu do Boteco (kitchen hand, nunca mais!!rs) e comecou a se dedicar exclusivo pra Culinary.
Nao contente com a vida que eu pedi a Deus, tambem comecei a fazer de 3 a 4 eventos por semana, somando com o Boteco e babysitting, e ainda tive tempo de arrumar um emprego num Cafe bem no finalzinho de dezembro.
Juntando toda essa loucura, me bateu a maior depre de fim de ano. Querendo estar perto da minha familia no Natal, dos meus amigos no Ano Novo. Me sentindo sozinha, ainda que rodeada de pessoas novas - e desconhecidas - a minha volta.
Que sorte a minha que eu tenho o melhor marido do mundo do meu lado...

Natal na casa nova... Com direito a farofa e creme de milho!


Ano Novo! Depois de trabalhar ate as duas da manha, se acabar na Boat`s Party!
Galerinha da Culinary Edge... #sobrazuca